Poucas horas antes
de encerrar o segundo dia da greve departamental, o presidente da Comissão de
Santa Cruz salientou que a data de uma nova cimeira será definida pelo censo
Faltam poucas horas para a greve departamental de dois dias que foi convocada
em Santa Cruz ser concluída devido à emergência causada pelo Censo de População
e Habitação. Posteriormente, serão analisadas novas medidas para que o governo
central atenda à demanda de diálogo -principalmente- devido à data do
levantamento nacional, segundo o presidente do Comitê de Santa Cruz, Rómulo
Calvo.
O líder cívico disse que será a população que definirá os passos a seguir no
final das 48 horas de mobilização determinadas na Cimeira dos Censos, onde
participaram mais de 300 instituições de Santa Cruz.
"Hoje vamos definir, quando encerrarmos a greve, a data de uma nova cúpula
e as ações a serem tomadas estão nas mãos da população de Santa Cruz. Somos
donos do nosso destino, a palavra do povo é o que vamos seguir como tem feito
até agora, com consciência e espírito de lealdade", comentou Calvo durante
a visita a um dos pontos de bloqueio instalados na 'cidade dos anéis'.
O presidente da Comissão ponderou a atitude dos cidadãos que aceitaram firme e
pacificamente a greve e criticou o facto de o Governo, em vez de procurar o
diálogo, enviar os seus grupos de choque para travar uma mobilização legítima
do povo. Além disso, acrescentou que até agora não há chamada para discutir o
censo com a comissão interinstitucional que pede -com argumentos técnicos- que o
levantamento seja realizado em junho de 2023.
Lamentou que, em vez de reaproximação, haja intimidação e abuso de poder por
parte das autoridades da Polícia e Masista contra os vizinhos que acatam a
greve, referindo-se ao ministro Édgar Montaño ou ao vereador José Quiroz, que
enviaram seus militantes para frear as mobilizações à força lançando fogos de
artifício e em veículos oficiais.
"Os bolivianos não são cotudos, não vamos deixá-los querer nos enganar. O
único trabalho importante que o governo de Arce Catacora teve foi nos fazer um
censo", questionou o líder cívico.
Enquanto isso, Calvo enfrenta uma nova reclamação do masismo. A deputada
Ninoska Morales apresentou nesta terça-feira uma denúncia criminal contra o
presidente da Comissão "por violação do direito ao trabalho", e que
também atinge o governador de Santa Cruz Luis Fernando Camacho e o reitor da
Universidade Autônoma Gabriel René Moreno (Uagram), Vicente Cuellar.
"Estamos fazendo uma denúncia contra a violação de direitos que está
ocorrendo em Santa Cruz, por causa de todos os bloqueios que não deixam as
pessoas irem trabalhar (...) Esta denúncia é contra Rómulo Calvo, Luis Fernando
Camacho e outros, é significa que eles também vamos denunciar o reitor”, disse
Morales, segundo a ABI.
A esse respeito, Calvo lamentou que as autoridades do partido azul prefiram
dedicar sua gestão à instauração de processos, com uma justiça que se submeta à
pressão política, em vez de atender a outras questões graves que afetam Santa
Cruz, como os bloqueios nas províncias , o caso Las Londras, o combate às
drogas, o acesso à biotecnologia e outros que fazem parte do bem coletivo da
população de Santa Cruz.
“Reitero minha gratidão à população e lamento que ela esteja exposta aos abusos
cometidos por hordas de criminosos contratados, equipados com fogos de
artifício, bem alimentados e com veículos do Estado que prejudicam o direito de
estar nas ruas pacificamente”, concluiu Calvo.
eldeber
Fronteira fechada por 72h
Bloqueio na Fronteira de Corumbá com a Bolívia, o
trecho está fechado em protesto denominado Paro Cívico . A
primeira paralização tem intervalo de 24h e retornou em seguida, a
comissão deve dar uma semana de intervalo para a população poder se abastecer.
“O próximo fechamento, na semana que vem é de 72h. Se o movimento não der
resultado, vao fazer bloqueio por tempo indefinido”